terça-feira, 1 de setembro de 2015

Desenvolvimento Sustentável: Marketing ou Responsabilidade Social?



Muito se fala em Desenvolvimento Sustentável desde a Rio +20. Virou moda falar sobre sustentabilidade, que agora todos vão ter atitudes e ações mais sustentáveis, que todo mundo está preocupado com o futuro do planeta. Mas vejo que em tudo isso existe muita falácia, muita demagogia.
Estão aparecendo vários "salvadores da pátria" falando em ODS, OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Na realidade, mesmo tendo um grupo bem articulado de intelectuais, mobilizadores sociais e ativistas que verdadeiramente estão envolvidos com a causa, ainda tem muita jogada política, de interesses partidários e não de políticas públicas. No discurso falam de sustentabilidade com o objetivo de ludibriar as massas e usar como estratégia de obter benefícios e votos nas eleições. Tudo não passa de métodos elaborados para criar uma imagem fictícia de participação popular quando na realidade é manipulação. 


Nos municípios onde se organizaram movimentos pelo Desenvolvimento do Milênio, muitos estrategicamente tiveram nos seus quadros de secretários e coordenadores, os políticos e prefeitos. Isso porque entendia-se que o prefeito deveria comandar as ações em prol do desenvolvimento do milênio pois ele era que mandava no município. Então alguns destes prefeitos davam a mesma atenção aos núcleos de mobilização do mesmo jeito que davam atenção às políticas públicas: a autopromoção e projeção nos interesses políticos partidários. 
A grande contradição está na situação de algumas prefeituras nas quais se demonstraram interesse em aderir na luta pelo desenvolvimento sustentável e elas próprias estão relacionadas a escândalos de corrupção, desvio de verbas e ficha suja. Realizaram eventos com muita pompa, muita festividade, fotos nos jornais, poses para o face. Muita emoção com choros, hino tocando, mão no peito patriota e posturas de autoridades sensibilizadas com os problemas do país. Mas debaixo do tapete... desvio de verbas da merenda e do transporte escolar, falta de remédios nos postos de saúde, caixa dois na contabilidade, pagamento de propina, suborno de fiscais e técnicos contábeis, parentes nos cargos públicos, não realização de concursos, sucateamento dos prédios públicos, perseguição a servidores honestos, salários defasados, direitos violados, impunidade, máfias e toda podridão imaginável.
A população que assiste admirada aos eventos festivos e pomposos em prol do Desenvolvimento do Milênio, fica ludibriada com tantas promessas e sonhos longe de ser realizados e que são pronunciados melodicamente pelas bocas sorridentes e hábeis na arte de enganar. A ela resta pagar as despesas pela festa e o preço de serem desrespeitadas e desmoralizadas quando precisam do serviço público, sendo tratadas apenas como um número a ser marcado nas planilhas de metas alcançadas.
Quando realmente iremos despertar da ignorância? Existe democracia quando existe a exclusão, quando a demagogia fala mais alto?
Em 2013, o Ceará tinha o maior número de presos por corrupção no país de acordo com Departamento Penitenciário Nacional. Foram muitos prefeitos detidos por corrupção e os crimes mais comuns eram de direcionamento da concorrência, conluio entre empresas, uso de organizações de fachadas, desvio de dinheiro público, manipulação das licitações, serviço contratado sem ser prestado. De acordo com o Jornal O POVO, em 2013, prefeitos de Trairi, Senador Pompeu, Nova Russas, Pacajus, Jijoca, Pereiro, Tianguá foram parar nas grades. Porém, nas eleições seguintes seus representantes e parentes voltaram ao poder. 
No Jornal G1- Ceará, em 2011, "As prefeituras de mais da metade dos 184 municípios do Ceará são suspeitas de envolvimento com empresas fraudulentas, de acordo com o promotor de Justiça Ricardo Rocha". No mesmo jornal, o promotor declara que o maior culpado da impunidade é a legislação branda, “O problema é a legislação, que permite muito recurso e deixa (o condenado) preso por muito pouco tempo. É tudo muito brando”.
Enfim, o que fazer pelo Desenvolvimento Sustentável se a estrutura da governabilidade e das políticas públicas não é sustentável? Como promover a sustentabilidade com a existência de currais eleitorais e manipulação da opinião pública?
Dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, quero destacar o Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis, e em especial a meta 16.5 reduzir substancialmente a corrupção e o suborno em todas as suas formas.
Atingir essa meta é um dever de todos nós. A nossa omissão fortalece que pratica a corrupção. O silêncio dos covardes fortalece o grito autoritário dos opressores e corruptos que mandam e desmandam no poder. Temos que tomar decisões, temos que ser cidadãos.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Educação e Cidadania: Desafios para o Desenvolvimento Sustentável.

Estamos em uma época de muitos conflitos de interesses, mas bem longe de conflitos ideológicos. A questão é que as pessoas se mobilizam por interesses pessoais, sem noção clara do que se defende em termos de uma atuação mais politizada e mais cidadã. Não se pensa no coletivo mas no individual. Na realidade, inventam cerimônias, convidam autoridades e pessoas importantes, fazem Coffee break e banquetes em nome da cidadania, solidariedade, justiça social e desenvolvimento sustentável mas tudo não passa de muita encenação e demagogia. O verdadeiro objetivo disso tudo todo mundo já conhece: é uma forma de se autopromoverem, barganhar prestígio, status e influência política partidária.

Falam de voluntariado, participação social, mobilização com um sorriso falso nos dentes, como de costume, para ludibriar as pessoas que gostam de pompas e bajulação. Encenam uma doçura e leveza no olhar para conquistar ps corações mais fáceis de envenenar com suas mentiras e demagogias. Encantam dissertando sobre a fome e a miséria vestida na mais alta moda, adornada de jóias e pensando no lucro.

Enquanto isso, dados relacionados a desigualdade social (Índice de Gini) indicam que a cidade de Fortaleza está em 5.379º lugar no ranking nacional, considerada como uma das cidades mais desiguais socialmente no Brasil (ver em http://www.relatoriosdinamicos.com.br/portalodm/perfil/BRA002023059/fortaleza---ce). No Índice de Desenvolvimento Humano, a cidade está em 467º lugar no ranking nacional, bem longe do desenvolvimento que queremos, apesar de nos últimos anos ter havido investimentos bilionários na área industrial. 

Quando observamos o que se tem feito para combater a fome e a miséria tem resultado em diminuição do percentual da população que estava abaixo da linha de indigência e entre esta linha e a de pobreza. Mas ainda temos um número significativo de pessoas nessas condições, talvez agravado pela seca que sempre assola algumas regiões e que infelizmente enriquece apenas aqueles que faturam com a "indústria das secas". Como Fortaleza é uma cidade que recebe muitos retirantes das zonas rurais, ela sofre as consequências causadas pela sua má organização espacial urbana, infra-estrutura decadente e péssimos serviços sociais, de saúde e educação básica. Nos dados de 2010, são 13,8 % da população , ou seja, 329.194 pessoas que ainda vivem com renda domiciliar per capita inferior a R$140,00 e tentando sobreviver com esse valor todo mês.

Proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza e indigência - 2000/2010

200010,6%18%71,4%
20105,2%8,6%86,2%
Fonte: IBGE - Censo Demográfico / Elaboração: IPEA/DISOC/NINSOC - Núcleo de Informações Sociais

O impressionante é que apesar das políticas públicas e ONGs se esforçarem para atingir essa população e melhorar a qualidade de vida delas, no meio do caminho existem obstáculos históricos que parecem intransponíveis. o primeiro deles é a corrupção que assola o setor público e é considerado culturalmente como uma postura normal e natural aos gestores públicos. Não são todos que assim agem, mas os que acumulam riquezas explorando recursos públicos causam um prejuízo enorme ao futuro da nossa cidade.
Para exemplificar o prejuízo, podemos tomar por base a falta de melhoria na Educação. São muitos casos de desvios de verbas de merenda e transporte escolar. O resultado é o impacto negativo na taxa de frequência de crianças e adolescentes nas escolas.  Verificou-se que no CENSO 2010, 16,2% das crianças de 6 a 14 anos não estavam na escola. E o pior: 50,5% de jovens de 15 a 17 anos estavam fora da escola, ou seja, a metade dos jovens estava fora da escola. Talvez o alto índice de mortalidade e violência entre jovens tenha aumentado por causa dessa evasão escolar. Os esforços para mudar esse contexto social tem sido muitos, com vários programas para a valorização da educação não só formal mas também profissional. Mas ainda estamos com um déficit de desenvolvimento muito alto nessa área.

Então surge uma questão: o que fazer para mudar a situação? basta apenas mudar a presidência? 
Nas manifestações dos últimos tempos tem se ouvido falar em combate a corrupção e democracia. Mas contraditoriamente, também falam em ditadura e praticam atos como estacionar em locais para idosos e pessoas com deficiência, dirigir embriagado, andar com documentos do carro irregulares, usar da calúnia, difamação, preconceito para derrubar os outros, não se informar sobre a política local e o mais lamentável, nunca participar de conferências ou encontros em defesas de seus direitos e nem ser voluntário para mudar a situação.



Muito ainda há para se fazer e precisamos de todos para que seja feito. Estamos vendo apenas uma ponta do iceberg e quase ninguém entende nada de desenvolvimento sustentável. O atraso é muito grande, mas a preguiça mental ainda é pior. Pensar e dialogar dá muito trabalho para uma parte da população. Só conseguem se expressar se for pelo discurso do ódio e da destruição.

Diante desse caos, um grupo firme e forte confia em valores fundamentais para uma sociedade mais justa e igualitária. Um grupo que não se vende, não se abala, não se imobiliza e nem se cala devido às ameaças. Esse grupo é o grupo que quer ver esse país dar certo. E vai dar certo.



domingo, 14 de setembro de 2014

Educação Proibida

Excelente video. Sou professor, educador e instrutor de cursos a cerca de 20 anos e durante todo esse tempo questionava o modelo imposto e autoritário de educação tradicional. Sempre me senti um peixe fora d'água, inclusive com colegas de trabalho insistindo para eu me enquadrar para não perder o emprego. Mas não adiantou e eu perdi o emprego várias vezes e hoje sou muito feliz por isso acontecer. Agora sei escolher onde devo ensinar e não trabalho mais em escolas de psicopatas que só pensam em competição e primeiros lugares em concursos e vestibulares. Acabam construindo uma sociedade doentia de médicos e advogados renomados, mas infelizes porque sabem acumular dinheiro mas são incapazes de obedecer leis de trânsito ou respeitar idosos , deficientes e negros. Hoje sou educador social, trabalho em comunidades e sou instrutor de cerca de 500 jovens aprendizes em seis municipios onde ministro aulas profissionalizantes com direitos humanos, cidadania e aolidatiedade. Não sou mais um peixe fora d'água.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Caminhos da Democracia

[7h19 10/09/2014]
A cada hora estamos assistindo um teatro de manipulações e jogo de interesses, no qual a demagogia está ficando bem mais forte do que a democracia.
Manifestações enfurecidas de ódio e vingança se espalham por todos os lugares. Amigos criam inimizades, irmãos deixam de se falar, vizinhos não se olham. No ar, uma sensação de caça às bruxas, uma energia negra poluente que sufoca as mentes e tortura as emoções. Onde está a paz?

Mas diante a fome e a miséria, às injustiças sociais, aos movimentos solidários para erradicar a pobreza, a ação voluntária para mudar a realidade e à participação em congressos e encontros para defender seus direitos, a manifestação fica totalmente silenciosa. Nas ruas, uma gritaria ensurdecedora, mesmo sem se saber direito porque se está gritando. Nós Fóruns, Conferências de Direitos e Encontros, existe um silêncio que fala mais alto. Um silêncio que denuncia o descaso do cidadão de espetáculo, que se pinta e solta fogos na rua mas que não participa da verdadeira construção de uma sociedade melhor para o nosso país.

Não faço parte de nenhum grupo político e nem sou ligado a oligarquias que dominam a política local, sou livre para expressar opiniões apesar de toda perseguição. Todas as semanas tenho a oportunidade de acompanhar dezenas de jovens recebendo capacitação e oportunidades de um futuro melhor, fruto de um Brasil que caminha rumo ao Desenvolvimento, no esforço de acabar com as injustiças sociais, a opressão dos grupos dominantes do voto de cabresto e a demagogia. Respiro Brasil, vivo Brasil e sou Brasil.

Estamos em um momento histórico decisivo, onde todas as conquistas obtidas ao longo da luta pela democracia corre risco. Cabe a cada um de nós, defensores da cidadania e da solidariedade, cumprir nosso papel mesmo que tentem nos impedir. O Brasil tem desenvolvido como nunca aconteceu na História e ele tem sido um Brasil voltado para a população brasileira e não para as elites sugadoras de cofres públicos.

É muito bom acordar com boas notícias de um Brasil que está dando certo. Nunca se teve tantas vagas de emprego. O problema é a qualificação de profissionais. Para isso, existem programas como o Aprendiz Legal, Jovem Aprendiz e PRONATEC, com caminhos de solucionar a dicotomia trabalho-qualificação. O que está dando errado no Brasil e sempre deu foi a corrupção, que também é resultado das ações de um povo mal educado e manipulado, que vende seu voto por um cargo, emprego e até mesmo por uma dentadura. Isso sempre existiu e está na hora de acabar.

 Como educador social e instrutor de cursos profissionalizantes, vejo nos olhos de centenas de jovens a esperança de um futuro melhor para todos. Eu me sinto cada vez mais feliz por ser um cidadão brasileiro de verdade, não apenas na certidão e no título mas na ação transformadora na vida das pessoas. Todos mundo junto pelo desenvolvimento.

veja mais em:
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/04/vereadores-inventam-despesas-e-ganham-mais-de-r-85-mil-por-mes.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=fant

http://g1.globo.com/fantastico/videos/t/edicoes/v/reporter-secreto-procura-corrupcao-no-ceara/3753743/?fb_action_ids=852909648097932&fb_action_types=og.likes

terça-feira, 1 de julho de 2014

Carta Solidária

Carta Solidária


Caminhar por um movimento que visa à promoção da justiça social, pelo combate à fome, à miséria e à corrupção, exige muita determinação e coragem. É muito cruel ver serem aplaudidas e aclamadas as autoridades que desviam recursos para alimentação e transporte escolar, recursos para medicação e manutenção dos postos de saúde e pagam salários humilhantes para servidores públicos.
Aqueles que trabalham com dignidade, ética, em equipe, de forma honesta e transparente, são caluniados, difamados e boicotados, sendo perseguidos nos seus postos de trabalho e até nas suas relações sociais.
Passamos dias e dias falando sobre Direitos Humanos, Cidadania, Justiça e participação social, fortalecimento da comunidade. Porém, uma verdadeira máfia da mentira, falsidade, egoísmo, oportunismo e crueldade, nos perseguem tentando impedir nossas ações e calar a nossa voz.
Todas as manhãs, ao levantar, peço inspiração a Deus para suportar os desafios e ter bastante força e perseverança para se manter firme e lutar para que sua obra se realize aqui na terra, mesmo diante de tantos que se acham poderosos e capazes de tudo para destruir o próximo e que continuam contrariando o principal mandamento de Jesus Cristo. Amor ao próximo não existe no vocabulário deles.


Na Estrada tortuosa da Política





Os esforços para construir uma qualidade de vida melhor para a população é muito mais do que um ideal a ser alcançado ou mera ilusão que se distancia a cada movimento. Seria como uma linha intermediária e quase invisível entre ambas, onde toda energia investida para qualquer mudança tem o seu contraponto nos acontecimentos passados que insistem em continuar existindo. Todo o trabalho empreendido em uma mudança atitudinal e cultural em prol de um movimento democrático e solidário, encontra a sua falência nas mentes saturadas de conceitos implantados por aqueles que querem permanecer no poder, a ponto da população defender e adorar as ideias que condenam suas vidas a miséria, exploração e ignorância.


A educação teve um papel importante nessa situação. Em vez de ser libertadora, ela teve seu papel como perpetuação do poder, justificando a concorrência desleal, a disputa desumana e a condição de inferioridade daqueles que nasceram como perdedores na sociedade. Tenta incutir uma ideia de natureza da situação, obra do destino, e que a única forma de escapar desse destino cruel é por meio do esforço individual, onde todo sofrimento é válido e qualquer coisa que se faça para derrubar os oponentes é digno de aplauso, pois desde a sua gestação já era objeto de disputa e uma concorrência para ter o direito de viver e ser cidadão.
A cidadania é negada desde a situação econômica que define os graus e direitos de felicidade e realização pessoal. Coletivamente, historicamente existe uma idealização do destino do indivíduo, uma formulação racionalizada na qual a população aceita como verdade definitiva e se comporta passivamente, como se tivesse uma resposta pronta para os fracassos e para a situação de submissão. Para sentir-se vencedora de alguma coisa, tem que torcer para alguém que tenha poderes vença, torcer para quem ganha, quem está numa posição de privilégio e por esse motivo tem o direito de vencer diante uma disputa de vencedores. Uma compulsiva e alucinada turba veste a camisa e chora desesperada pela benção da mão daquele que a explora. Torcidas organizadas, gastando seus últimos recursos para enfeitar ruas e casas, lindas bandeiras coloridas sobre o esgoto a céu aberto e calçadas coloridas nas ruas esburacadas, imundas e sem infraestrutura mínima de saúde pública. Mas se o time ganha, todo mundo ganha e os prêmios de milhões que são distribuídos entre os jogadores e os clubes jamais serão investidos para o bem coletivo. Aliás, o papel deles é animar diante a desgraça, tal como a política do pão e circo.

Para Hegel, as ideias políticas são uma abstração da vida de uma sociedade, Estado, cultura ou movimento político. Sendo como um produto do imaginário coletivo construído pela própria história de um povo, a política se comporta de acordo com o comportamento popular que a justifica. Aceita-se o fato de incapacidade de autogestão do povo pelo povo, comprovando-se supostamente que aqueles que conseguiram destruir oponentes, mesmo de forma desonesta e contra toda a população, tem o direito de decidir o futuro e a vida de milhares. A miséria e a fome tornam-se naturais, como se o destino que está nas mãos dos governantes decidissem quem deve sobreviver e quem não deve. Essa decisão está aliada aos interesses de uma elite que precisa acumular e diminuir as concorrências, pois são ávidas de poder e podem se mascarar de diversas formas para iludir e enganar aqueles que vivem na pior miséria, que é a ignorância. A ignorância é um tipo de miséria quer atinge qualquer classe social, que a torna incapaz de pensamento crítico, que fica cega diante as injustiças, que se importa somente com as compras feitas no shopping e o carro novo que está na moda. A ignorância é uma doença que está em seu grau epidêmico tornando as pessoas em objetos consumistas, sem autonomia, presos a propagandas e a status sociais, onde a sua própria imagem é um objeto de consumo, com corpos artificiais e pensamentos industrializados.

Diante de tal tragédia, que esperaremos do futuro? Há alguma saída para a justiça social? A resposta é que é claro que sim. Pela mesma ordem natural da existência da exploração, existe o movimento natural da libertação. Do âmago dos explorados e reprimidos, existem aqueles que têm força na voz e nos pensamentos. Não importando o grau de pobreza, não são vítimas da miséria da ignorância e tem a capacidade de analisar criticamente a realidade em que vivem. São capazes de identificar as injustiças e não se calar, mesmo sendo reprimidos e maltratados pelos próprios parentes, amigos, companheiros de trabalho que não conseguem sair da prisão da alienação. Como seres fluídicos que conseguem sobreviver diante as ameaças e torturas, disseminar o saber, o conhecimento, a visão crítica da realidade, como pequenos raios de luz que invadem a escuridão. Mas essa luta é constante, a famosa dialética, os opostos que se complementam.


O futuro, somente Deus e quem sabe, as cartomantes poderiam dizer. Mas até para Deus existe o livre arbítrio, no qual a decisão sobre o futuro dos homens está sob a responsabilidade dos próprios homens. Então, dependendo da história que se constrói pelo cotidiano, o futuro vai se delineando, indefinidamente, mas dinamicamente.

sábado, 21 de junho de 2014

Festa da Hipocrisia


Pessoas com um discurso muito democrático como se fosse representantes do movimento social e na realidade só querem garantir dinheiro fácil. É importante separar o joio do trigo e reconhecer que algumas pessoas só estão para se aproveitar da ignorância e ingenuidade alheia. Muitos que se aproveitam da boa vontade das pessoas para se promover politicamente, agora se infiltram nos movimentos sociais para se garantir economicamente e politicamente. Infelizmente muitos são envolvidos pela forma demagógica de falar e aí então esses manipuladores que já tem uma prática de muito tempo de enganar as pessoas, continuam seu trabalho nos movimentos. Quem realmente é movimento social sabe muito bem quando essas pessoas se infiltram para garantir vantagem sobre os outros e quando na realidade não estão a favor do desenvolvimento coletivo e sim para obter vantagens profissionais e financeiras.

 O movimento social deve se reorganizar procurar de diretrizes para que não se perca diante de tais desafios. Deve também tem uma linha de ação transparente e honesta que realmente atenda aos desejos do coletivo e não de carreiristas que tentam se infiltrar. Com a desculpa de de repente estarem preocupados no combate à fome e à miséria, as máscaras começam a cair quando recursos entram no jogo do poder. Nesse instante é comum ver o jogo das influências políticas, tentando obter vantagem em usar a sua influência para manipular a coletividade. Como a lenda dos lobos vestidos de cordeiros, e com palavras de solidariedade e cidadania que são completamente vazias, se mesclam a população que começam a se auto promover como se fossem os únicos a fazer a justiça social. São verdadeiros "maquiaveis" diante dos movimentos sociais. Mas facilmente são reconhecidos quando promovem a sua imagem e seus nomes em todas as ações coletivas. Lutam pelos holofotes e fazem questão de promover seus nomes várias vezes no movimento social e quem atua de forma verdadeira e autêntica não se deixa levar por essas demagogias. Os que são autenticamente do movimento, são caluniados, difamados e perseguidos. 

Importante manter a consciência e o dever de lutar pela cidadania, não se deixar levar pelos estrelismo. Muitas vezes festas e cerimônias com muitas autoridades que estão só para aparecer, tem como promoção política e manipulação da opinião pública. Este ano teremos as eleições e os sorrisos falsos, aplausos, homenagens, cerimônias exaltando personalidades e hipocrisias. Nos emotivos discursos de sacrifícios e dedicação pelo povo, a falsidade das palavras proliferam como vespas insandencidas. Festas, banquetes, luxo, nomes ilustres de vencedores na disputa desonesta pelo poder, tudo preparado para dar o próximo bote na gestão pública, agora com mais preparo tecnológico e disfarçados, infiltrados no movimento social. Cada um com seu sorriso falso, planejando como dar o golpe final. E quando assumir o controle sobre todos, manipular as opiniões para receber menções honrosas, frutos da covardia, maldade e crueldade dessa máfia criminosa. Brindarão surtados de felicidade sobre a miséria humana, que insiste em querer beijar na mão daqueles que desviam verbas.

Devemos nos manter firmes e fortes na caminhada. Não é tão fácil, mas não é impossível. A cada dia a população tem demonstrado um descontentamento diante as injustiças e a vontade de mudar as regras do jogo. A empresas estão assumindo uma postura de maior responsabilidade social e, graças às leis que garantem a transparência da administração pública, está havendo um repensar sobre as políticas públicas adotadas. Está mais claro e mais fácil descobrir quem está contra a coletividade e ao bem estar comum. Conseguimos identificar quem promove a corrupção, o nepotismo e a miséria. A dificuldade está na forma de pensar da população que ainda tem suas sequelas do autoritarismo que impõe a submissão do povo pela elite. Uma cultura saudosista da ditadura e do coronelismo, dos atos de violência de direitos, bem contraditório quando se fala de democracia e defende a democracia. 

Em cada comunidade, cada associação de bairro, cada local onde a solidariedade e a coragem de enfrentar os desafio resistem, trabalhadores anônimos, sem títulos e posses, sem bajuladores, continuam seu trabalho incessantemente, acreditando nos seus ideais que são a razão de seu viver. Não se deixam abater pelo sistema opressor, acreditam na sua superação, não se entregam à obediência cega e degradante, não se rebaixam diante os donos do poder. São abençoados, enviados pela justiça divina e prova que o humanismo pode resistir a qualquer crueldade provocada por aqueles que são incapazes de ajudar ao próximo.

Sempre pergunto: Qual árvore que você quer ser? A simples que dá frutas, sombras e um galho forte para subir ou a frondosa que dá veneno, cheia de espinhos e que derruba um galho em quem se aproximar? A escolha cabe a cada um de nós!