

A cidadania é negada desde a
situação econômica que define os graus e direitos de felicidade e realização
pessoal. Coletivamente, historicamente existe uma idealização do destino do
indivíduo, uma formulação racionalizada na qual a população aceita como verdade
definitiva e se comporta passivamente, como se tivesse uma resposta pronta para
os fracassos e para a situação de submissão. Para sentir-se vencedora de alguma
coisa, tem que torcer para alguém que tenha poderes vença, torcer para quem
ganha, quem está numa posição de privilégio e por esse motivo tem o direito de
vencer diante uma disputa de vencedores. Uma compulsiva e alucinada turba veste
a camisa e chora desesperada pela benção da mão daquele que a explora. Torcidas
organizadas, gastando seus últimos recursos para enfeitar ruas e casas, lindas
bandeiras coloridas sobre o esgoto a céu aberto e calçadas coloridas nas ruas
esburacadas, imundas e sem infraestrutura mínima de saúde pública. Mas se o
time ganha, todo mundo ganha e os prêmios de milhões que são distribuídos entre
os jogadores e os clubes jamais serão investidos para o bem coletivo. Aliás, o
papel deles é animar diante a desgraça, tal como a política do pão e circo.
Para Hegel, as ideias políticas
são uma abstração da vida de uma sociedade, Estado, cultura ou movimento
político. Sendo como um produto do imaginário coletivo construído pela própria
história de um povo, a política se comporta de acordo com o comportamento
popular que a justifica. Aceita-se o fato de incapacidade de autogestão do povo
pelo povo, comprovando-se supostamente que aqueles que conseguiram destruir
oponentes, mesmo de forma desonesta e contra toda a população, tem o direito de
decidir o futuro e a vida de milhares. A miséria e a fome tornam-se naturais,
como se o destino que está nas mãos dos governantes decidissem quem deve
sobreviver e quem não deve. Essa decisão está aliada aos interesses de uma
elite que precisa acumular e diminuir as concorrências, pois são ávidas de
poder e podem se mascarar de diversas formas para iludir e enganar aqueles que
vivem na pior miséria, que é a ignorância. A ignorância é um tipo de miséria
quer atinge qualquer classe social, que a torna incapaz de pensamento crítico, que
fica cega diante as injustiças, que se importa somente com as compras feitas no
shopping e o carro novo que está na moda. A ignorância é uma doença que está em
seu grau epidêmico tornando as pessoas em objetos consumistas, sem autonomia,
presos a propagandas e a status sociais, onde a sua própria imagem é um objeto
de consumo, com corpos artificiais e pensamentos industrializados.


Nenhum comentário:
Postar um comentário