Dê o máximo valor ao que você ganha, o mínimo ao que você perde.
Quando temos nossas ponderações sobre valores construídos pela
vontade dos outros, na realidade não temos valores nenhum. O que consideramos
valoroso a partir da opinião alheia, não possui valor nenhum para nós, pois só
atende as expectativas alheias, como uma forma de o outro dominar a nossa existência.
O que eu quero na realidade não é nada do que eu quero e sim o que os outros
querem que eu queira. O que eu sou só tem alguma importância ou valor a partir
do que os outros consideram. Todo poder de avaliar a mim mesmo e valorizar a
mim mesmo fica no domínio dos outros. Então, o que somos? Qual o nosso valor? Será
que as ideias que eu defendo são realmente minhas?
Manipulados por uma rede formada por uma elite social que
controla nossos passos, atendendo aos desejos de quem quer explorar, dominar,
extrair o nosso poder de escolha, acabamos sem pensar, sem ter opiniões.
Sair dessa rede significa perder para ganhar. Significa perder
a imagem que os outros fazem de você, o ideais que os outros imputaram a você,
o destino que escolheram para você, o sucesso que determinam para você, o
padrão de felicidade que elegeram para você, e o pior, os pensamentos que
disseram para você pensar (ou não pensar!). Somente assim, despindo-se desse
ser construído pelos outros, livre de toda limitação alheia, pode-se realmente
viver a liberdade plena, pois não ainda ser livre para andar pelo mundo
visitando centenas de países se você não é livre dentro de você mesmo. Achar que
é livre por ter poder econômico, o melhor carro, o melhor apartamento, a melhor
roupa, demonstra a incapacidade de reconhecer-se como indivíduo, pois está
aprisionado a essas correntes pesadas do orgulho e egoísmo formado pelo senso
comum.
Valorizar o que se ganha é valorizar o que se é, e não o que
se tem. Valorizar o olhar diferenciado que consegue sentir a energia do pôr do
sol, a leveza do vento do mar, a delícia de pensar diferente do normal, de
encontrar a felicidade do sorriso de uma criança, de ter coragem de querer
lutar contra as injustiças, contra as ignorâncias, contra a violência, contra a
exploração e a submissão que degrada o ser humano.
SER é o que se ganha desde o nascimento. Mas numa sociedade
que não valoriza o SER, uma sociedade que é capaz de tirar um prato de comida
de uma criança faminta e desnutrida para trocar por carros de luxo e viagem ao
exterior, uma sociedade capaz de prostituir e escravizar mulheres e crianças
para o bel prazer de quem tem muito dinheiro para praticar as mais perversas
violações... SER é algo muito raro de se encontrar, apesar de estar dentro de
cada um de nós. DESCUBRA O SEU SER.
Nenhum comentário:
Postar um comentário